A Inclusão Começa em Casa: Empresas, Sociedade e o Desafio da Verdadeira Igualdade

Por Sol Depresbitero (Diretor de Personal Branding) (soldepresbitero.com)Inclusão não é uma moda passageira, mas um compromisso com o presente e o futuro das organizações. Em um mundo em constante mutação, pode parecer que as tendências se invertem da noite para o dia. A recente onda de empresas modificando ou abandonando suas políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) revela uma realidade preocupante: o valor das mulheres no mercado de trabalho e na sociedade ainda é questionado.

(Leitura Essencial: 4 Minutos)

Segundo relatório de 2023 do Fórum Econômico Mundial, a disparidade de gênero em cargos de liderança permanece alarmante: apenas 32% dos cargos de liderança global são ocupados por mulheres (World Economic Forum, 2023). E não se trata apenas de números; um estudo da McKinsey & Company descobriu que empresas com maior diversidade de gênero em suas equipes executivas são 25% mais lucrativas do que aquelas com menor representação feminina (McKinsey & Company, 2020).

 

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Diante disso, se a inclusão não é apenas uma questão de justiça social, mas também um fator-chave para a competitividade e o crescimento econômico, por que algumas empresas estão recuando?

Parece haver uma falsa dicotomia entre mérito e inclusão. Toda vez que a inclusão é questionada, o que realmente está em debate é se acreditamos na igualdade de oportunidades além do discurso superficial. A narrativa que coloca o mérito contra a diversidade é enganosa: a diversidade não nega a competência, mas a alimenta.

 

Em setores como o de tecnologia, o acesso das mulheres permanece limitado. Apenas 28% dos empregos em STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) são ocupados por mulheres, de acordo com a UNESCO (UNESCO, 2022). Isso não significa que as mulheres não sejam capazes de ocupar esses cargos, mas que barreiras estruturais continuam a impedir seu acesso e crescimento nesses campos. A inclusão não entra em conflito com o talento; ela garante que todos os talentos tenham a chance de serem vistos e valorizados.

 

Vejamos exemplos concretos de como a exclusão não é apenas um problema corporativo, mas um fenômeno replicado em diversos espaços:

 

  • Disparidade Salarial Persiste: As mulheres ganham em média 20% menos que os homens pelo mesmo trabalho, segundo dados da OCDE (OCDE, 2023).

 

  • Retrocesso nos Direitos: Em países como o Afeganistão, as mulheres foram proibidas de trabalhar em diversos setores e tiveram o acesso ao ensino superior negado (ONU Mulheres, 2023).

 

  • Viés na Inteligência Artificial: Um estudo do MIT descobriu que os sistemas de reconhecimento facial de IA são 34% mais propensos a identificar erroneamente rostos femininos do que masculinos, devido a um banco de dados com menos representações femininas (Buolamwini & Gebru, 2018).

 

  • Menos Oportunidades no Empreendedorismo: Apenas 2% do financiamento global de capital de risco vai para startups lideradas por mulheres, de acordo com um relatório da PitchBook (PitchBook, 2023).

 

 

No entanto, a inclusão pode ser uma vantagem competitiva. Enquanto algumas empresas veem a diversidade como um mero artifício de marketing, abandonando-a tão rápido quanto a adotaram, outras entendem que a inclusão é o verdadeiro motor do crescimento. As organizações que mantêm políticas de DEI experimentam maior inovação, melhor retenção de talentos e um ambiente de trabalho mais saudável (Deloitte, 2022).

Um exemplo claro é a Salesforce, que implementou uma auditoria de equidade salarial para garantir uma remuneração justa, ou a Unilever, que se comprometeu a ter 50% dos cargos de gerência ocupados por mulheres (Salesforce, 2023; Unilever, 2023). Essas empresas não são apenas líderes em diversidade, mas também em lucratividade e reconhecimento global.

 

A Mudança Real Começa em Casa

 

Qualquer transformação começa com a autorreflexão. Questionar vieses, examinar crenças e desafiar estruturas são a base da mudança. Não se trata apenas de exigir igualdade em nossas palavras, mas de incorporá-la em como educamos, agimos, contratamos e lideramos.

A questão não é se a inclusão merece existir. A verdadeira questão é que tipo de empresas e sociedades queremos construir e o que estamos dispostos a fazer para alcançar essa visão.

O futuro é inclusivo porque não há crescimento real sem diversidade. E aqueles que entendem isso hoje serão os líderes de amanhã.

 

Fontes:

 

  • Buolamwini, J., & Gebru, T. (2018). "Gender Shades: Intersectional Accuracy Disparities in Commercial Gender Classification". MIT Media Lab.

 

  • Deloitte (2022). Global Human Capital Trends Report.

 

  • McKinsey & Company (2020). Diversity Wins: How Inclusion Matters.

 

  • OCDE (2023). Gender Wage Gap Report.

 

  • ONU Mulheres (2023). Impact of Gender Restrictions in Afghanistan.

 

  • PitchBook (2023). Women in Venture Capital Report.

 

  • Salesforce (2023). Workplace Equality at Salesforce.

 

  • Unilever (2023). Gender Balance in Leadership Report.

 

  • UNESCO (2022). Cracking the Code: Girls' and Women's Education in STEM.

 

  • World Economic Forum (2023). Global Gender Gap Report

 

 

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